sábado, 6 de junho de 2009

ROMEU E JULIETA NA INVICTA

Foto recolhida aqui

Fui porque o tempo me pediu para ser preenchido. Olhei para o ‘cardápio’ de ofertas e escolhi Star Crossed – Amor em Jogo… não sei porquê. Autodenomina-se uma ‘adaptação moderna de Romeu e Julieta.’ Vá lá saber-se porquê o título original é bilingue, assim como os diálogos ora são em português, ora em inglês. Não sei se será uma pretensa homenagem a Shakespeare, se para mostrar que os dirigentes portugueses dominam a língua britânica, se terá uma outra razão que a minha insensibilidade não alcançou.

Sendo-nos anunciado o filme ser uma adaptação do amor que viveu em Verona, preparamo-nos involuntariamente para estabelecer e/ou reconhecer as ligações com a história original. As imagens iniciais são um voo, a partir das pontes sobre o Douro, em direcção ao Estádio do Dragão. Percebe-se que os ‘Capuleto’ e os ‘Montecchios’ vão virar clubes de futebol: o ‘Invicta’ e o ‘Castelo’. A Julieta vira Inês, quem sabe se por simpatia para com a figura de Inês de Castro, e o Romeu é ‘encarnado’ por um jogador de futebol, Paul, britânico que joga na equipa portuguesa do Castelo, mas onde todos os jogadores falam inglês entre si…

Para além disto assiste-se a uma adaptação de gosto duvidoso, digo eu!, do romance mundialmente conhecido. Infelizmente nem as emoções fogem do ecrã [provavelmente nem dentro dele circulam…], nem as cenas mais dramáticas impressionam. Valem algumas imagens pelas vielas da Invicta. É verdade, já quase me esquecia, há uma cena ‘fantástica’: uma festa promovida pelo alto dirigente do Invicta – ou teria sido o patriarca da família? – que decorre no Salão Árabe do Palácio da Bolsa [talvez por isso a indumentária dos convidados fosse a condizer…], ao som de… fado. São horripilantes as ligações forçadas ‘ingleses-portugueses’ [não seria necessário lembrar-nos as amizades que vivem na produção do vinho do Porto], ou a de lembrar que o fado é a canção típica portuguesa. Se a intenção passa por promover a imagem de Portugal no estrangeiro, pois que se envie o filme para países de onde não queiramos receber turistas.

À saída ainda ouvi alguém me dizer: ‘Olha que eu só pedi para me ocupares. Não te disse para escolheres este filme!’. Em conclusão: se quiserem ir ao cinema pois já têm aqui uma boa opção a não escolher. Se insistirem em vê-lo e desejarem me contradizer… força, estou cá para vos ler. Eu por mim limitei-me a dizer: 'Desculpa lá... tempo!'

6 comentários:

Anónimo disse...

Foi óptimo saber isto. Já não escolho para programa de Sábado à noite.
Só outra nota de outro blog:nem toos os estudantes do ensino superior escrevem mal. Há sempre uns que valem bem a pena. Sempre, em todos os tempos. E eu nunca fui a favor das réguadas... só levei uma e ainda hoje me doi a injustiça.

gostei de vir aqui. Escreve-se bem! ;)

Anónimo disse...

Já agora, alguma sugestão para a minha próxima 6ª feira?

Ana disse...

Por vezes , são os passos perdidos que nos fazem dar mais valor aos passos na direcção certa.
De qualquer modo, obrigada pelo aviso. Vou ocupar o tempo que tiver livre em outras opções.
Um beijo.

helenabranco.poet@gmail.com disse...

tempo perdido é uma perda irrecuperável...assim como o que pretende e não é!


Obrigada pela nota bem expressiva...

ABRAÇO para Passos

sonja valentina disse...

tempo irremediavelmente perdido... só me pergunto como é que ainda se gasta dinheiro a produzir coisas destas... enfim.

Parapeito disse...

:)
Obrigada.