domingo, 17 de maio de 2009

QUE CANTAN LOS POETAS ANDALUCES DE AHORA?

A adolescência estava no seu fulgor. As canções de intervenção impregnavam o ar e consequentemente a irreverência própria da idade. Em Portugal, Zeca Afonso, Sérgio Godinho, José Mário Branco, Adriana Correia de Oliveira, Fausto, José Fanhais e outros mais podiam, então, ser ouvidos sem restrições. De Espanha ainda pouco nos chegava. Ainda íamos muito mais ao outro lado da fronteira comprar caramelos, do que eles vinham cá. Ainda estava longe a implantação, em território português, das grandes cadeias como a Zara ou a Massimo Dutti são agora exemplo.

Fruto daqueles sentimentos que irrompem no coração sem pedir autorização ou pensarem se devem, eu escrevia. Usando sem grandes virtuosismos a minha guitarra, vivia a ilusão de ser capaz de compor canções, baladas. Não me cansava de ouvir repetidamente este poema interpretado pelos Aguaviva que aqui, hoje, se reproduz. Comigo próprio sonhei algumas vezes a possibilidade de, um dia, ser capaz de criar algo assim. Não poderei assegurar mas, inconscientemente, talvez tenha começado aí a minha afinidade com o castelhano. 

Não sei quantos, se é que haverá alguém entre os que me visitam, se lembrarão de Que cantan los poetas andaluces de ahora. E o que cantarão, hoje, os Poetas Andaluzes de agora?

8 comentários:

**Viver a Alma** disse...

Cantam o AMOR! -claro!!!

Quem não canta o amor que vive dentro Aquele que nos vivifica...naõ pode nunca ser poeta...mesmo que não saiba versejar....!

Salvé!

Sempre...
MAriz

Alexandra disse...

Talvez um pouco mais nova mas lembro-me muito bem. Assim como me lembro dos caramelos que traziamos e que nos sabiam tão bem.

Mais virada para piano mas ouvi esta música vezes sem conta. É linda!!

Já dizia Florbela Espanca:

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!

Os poetas, como reflexo da consciência colectiva, sempre cantaram e continuarão a cantar "Os Homens".

Obrigado por esta bela recordação.

Ana disse...

Fizeste reviver os anos da utopia. Estão vivos na memória e no sentir do coração. Passos que o tempo não apaga.
Um beijo.

helenabranco.poet@gmail.com disse...

Cantam lo mismo! mas mas alto!

Marta disse...

Gosto muitíssimo! Tenho o disco :)

Muito boa recordação.

jardinsdeLaura disse...

Claro que me lembro!!... e como gostei de me lembrar!

Patti disse...

Echar de menos.

Marina Luz disse...

"..No es más hondo el poeta en su oscuro subsuelo.
encerrado. su canto asciende a más profundo
cuando, abierto en el aire, ya es de todos los hombres"

Cantam para todos!
Para os que já partiram, ara os que ainda por aqui andam e para todos os que virão!