Foto de Kim Parsell
Encosto a escada ao tronco,
subo os primeiros degraus
até alcançar o ramo dos teus pensamentos.
Não te toco para que não me sintas.
Contemplo as folhas da tua inspiração,
perscruto a seiva dos teus sentimentos.
Protejo-me da ilusão que encadeia.
Procuro posição privilegiada para te ler
e perceber
se nas tuas palavras mora meu desejo ou
se é com o meu desejo que leio tuas palavras.
Subo um pouco mais
até ouvir o murmúrio da tua verdade
e ao olhar para baixo
só avisto uma certeza
ao descer todos os degraus
permanecerá uma sombra de dúvida:
Serás tu que me escreves
ou serei eu que te leio?
5 comentários:
Pas(ç)sos,
Que bonito poema, que lindo momento! Gostei... e muito!
e hoje é a minha vez de me retirar em silêncio,
com vénia...
Senhor...poeta!
Essa questão só terá resposta, quando um dia nascer uma flor ou um fruto.
esmagador....
... as dúvidas dissipar-se-ão quando não importar quem nos lê ou a quem escrevemos O que perdura é a cadencia do diálogo...
Abraço para PASSOS
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