Foto de Arash Karimi
O silêncio rasga o deserto
sinto na pele o arrepio da falta
levo aos lábios um cálice de nostalgia
e bebo emoções vivenciadas
Tenho nos dedos calor de grãos de areia
guardados numa ampulheta do desejo
roubados a um castelo erigido
com palavras escritas pela estepe da alma
Procuro a estrela por que esperei
no firmamento de ternura vertida
reflexo dum tratado noctívago
dispensado de termos e assinatura
No eco da noite peço ao vento
que me traga o delírio duma miragem
ouvir tua voz repetir meu nome
alagando de verdade este oásis
desenganem-se os que pensam que escrevo
pois é o meu coração que fala.
1 comentário:
Eu sei!
Há desertos,
assim,
nas palmas das mãos
que nunca se fecharam.
abraço
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