sexta-feira, 8 de maio de 2009

DESERTO

Foto de Arash Karimi

O silêncio rasga o deserto
sinto na pele o arrepio da falta
levo aos lábios um cálice de nostalgia
e bebo emoções vivenciadas

Tenho nos dedos calor de grãos de areia
guardados numa ampulheta do desejo
roubados a um castelo erigido
com palavras escritas pela estepe da alma

Procuro a estrela por que esperei
no firmamento de ternura vertida
reflexo dum tratado noctívago
dispensado de termos e assinatura

No eco da noite peço ao vento
que me traga o delírio duma miragem
ouvir tua voz repetir meu nome
alagando de verdade este oásis

desenganem-se os que pensam que escrevo
pois é o meu coração que fala.

1 comentário:

Marta disse...

Eu sei!
Há desertos,
assim,
nas palmas das mãos
que nunca se fecharam.

abraço