Foto de Bror Johansson
Dou por mim, inúmeras vezes, a tentar te definir. Quase sempre me perco em divagações que acabam por se dissipar no tempo imediato. Já aconteceu pensar ter encontrado a solução mas quando a começo a desenvolver percebo que afinal não será a adequada. Aconteceu relativamente a ‘coisas’ de que gosto ou careço. O ar de que preciso para respirar, mas será excessivo pois mesmo que o sinta necessitar, continuarei vivo sem te respirar. Ou o mar, onde gosto de mergulhar, ou simplesmente contemplar. Mas os mares são alguns e logo, como definição, oposto à tua unicidade.
Hoje, pensei em algo para que ainda não encontrei ressalva: o Céu. O céu é uma presença quotidiana na minha vida. Todos os dias ele fica à distância duma janela, duma porta, duma rua, dum olhar. Não lhe toco, mas sei-o lá. Sempre. E não há dia da minha vida em que ele não exista. Não o lembre. Qual memória leve mas nunca descontínua. E se escurece é porque adormeço. Se fica cinzento é porque desapareces. Se nele se mostra o sol é porque te vi resplandecer. Se chove é porque choras. Se troveja é porque me feres. Se toca no mar é porque o amor mergulhou no desejo. Se se enche de estrelas é porque duas delas são o teu olhar a brilhar para mim. E se a saudade chega… corro à janela e olho-te!
Só não sei onde encaixar as nossas palavras… talvez elas reflictam a impossibilidade dum terreno comunicar com o céu… era tão bom se tu o fosses… e eu te pudesse ver sempre que o desejasse.
4 comentários:
um texto muito belo.
beij
Lindo. Sem palavras para comentar uma definição tão ...sentida. Única.
"Um canto na espessura do tempo"
Nuno Júdice
Ps: susbstitua p.f. o coment. anterior
procura o amor em cada partícula...para se certificar que existe e pelo caminho vai adornando tudo á sua passagem...para o receber
Ah! querido ser como bem entendo o seu zêlo...
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