domingo, 7 de junho de 2009

ESCURO

Foto de Kaveh H. Steppenwolf


Estava no escuro da dorAdicionar imagem
daquela que magoa
mas da qual se teima não sair
quando se acendeu uma luz
e depois outra
e sempre que uma nova
se iluminava
outras mais se incendiavam
em pouco tempo
o escuro se fez luz
e a dor alegria
daquela que rasga
sorrisos nos lábios
um rio no peito
serenamente
uma luz apagou-se
e depois outra
e muitas mais se seguiram
até que o escuro voltou
o peito se fechou
e a dor magoa

10 comentários:

mariab disse...

talvez não devamos pôr demasiada esperança nas luzes que se acendem. pode o rio secar dentro do peito.
beijos

sonja valentina disse...

... e porque se deixou se que apagassem?

ainda que escondida, de certeza que há uma ainda acesa... lá longe, à espera de força para brilhar com mais furor!

so_she_says disse...

Tem de haver sombras e penumbras para que a luz brilhe com mais intensidade. Ou nos pareça que brilha, pelo menos...

Belo poema!

Parapeito disse...

"não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe."
Mas eu acredito porque sei por experiência própria...que mesmo no céu mais cinzento o sol está lá escondido.
*
Uma semana mansa *

Charlotte disse...

"Se à noite você chorar por ter perdido o sol, as lágrimas não lhe deixarão ver as estrelas."
(Bob Marley)

Bjs

Alexandra disse...

A dor magoa sem dúvida. Mas há que tratar da ferida para sarar, pois em seguida a vida continuará...

Luísa disse...

Belissimo poema!
O amor inspira, tráz carvão ao poeta para que ele transfira as palavras da dor da alma para o branco do papel.Depois de escritas, dói menos...
Poeta em dor, fecha os olhos e vê onde um dia foste buscar luz.Vais ver que ela ainda existe, pode é ter mudado o feixe de intensidade para não ofuscar e cegar.
Beijinho terno!

Maria Clarinda disse...

(...)Estava no escuro da dor
daquela que magoa
mas da qual se teima não sair
quando se acendeu uma luz
e depois outra
e sempre que uma nova
se iluminava


Lindo o teu poema...gosto especialmente do pequeno pedaço que aqui coloquei...
Jinhos

AnaMar (pseudónimo) disse...

Acredito na luz.
Aguardo-a.
Belo poema que me faz voltar a ter esperança.
Desejo que o peito se abra e a tua dor se dissipe.
Bj

Anónimo disse...

Há que agarrar um raio dessa luz. Se ele teimar apagar-se, há que criar um raio imaginário, que nos guie na escuridão e nos dê força para criar mais e mais raios imaginários, até que eles se juntem e formem um raio verdadeiro, daqueles que jamais se apagam.
Este é um poema à vida. Queiramos manter-nos na luz.
:)