quarta-feira, 17 de junho de 2009

COLO

Foto de Diane Varner


A manhã entrava pela janela. Eu saía por ela. Cruzava-me com o frenesim dos que já corriam para a capital, no inicio de mais um dia de trabalho. Confrontava-me com o começo de mais um dia sem rumo. Mais um dia perdido. Desaproveitado. Mais um dia para riscar no calendário. Menos um dia para viver. Mais um dia na vida sem destino. Quando… senti as tuas mãos nas minhas pernas. A tua cara ensonada sorria para mim, com um olhar semicerrado. Elevei-te ao nível dos meus ombros e encostaste-te num deles. Ao meu colo deste-me um abraço onde derreto toda a minha ternura física. E ficámos assim, durante breves instantes. Porque no teu abraço senti o colo que todos os dias peço à vida… e não consigo sentir ela dar-me.

3 comentários:

Gi disse...

Tanto colo nos dão os filhos se nós quisermos...

Tia [Zen] disse...

Com um colo e um abraço tão bons a Vida vale bem a pena, não?

Até eu gosto de colo e já sou crescidinha!
Gostos da tua escrita.

Um abraço...

sonja valentina disse...

quanta emoção....