Sobre cada dia cai o entardecer
num convite à noite.
A cada dia percorremos o caminho do tempo
num salto até ao ocaso da vida.
Cai a tarde lá fora.
Enquanto o sol se esconde
espelham-se as águas nas despedidas dos rumos
deixadas pelos barcos que acostam.
Também eu fundeei
cansado de navegar.
Prendo amarras no limbo da esperança,
abro canais em limos do olhar.
… mas desisto.
Desço as velas,
abandono os remos
e espero.
E sonho que te tornas âncora
e te soltas desse rochedo de segredos
e sobes até mim
e te transmutas leme…
Desabrochando a noite seduzes-me a vontade,
abres-te em cartas de marear que nunca li.
Do meu corpo náufrago
fazes o leito da tua noite.
A cada dia cai o entardecer,
pequenos passos para o ocaso da vida.
Aportado no tempo quieto
espero pela tua luz farol
espero que me mostres a madrugada…
... ao entardecer abro estreitos de esperança,
fios de prata tecidos na força de crer.
... ao ocaso da vida antecipam-se as trevas
e a tua mão será a chama do meu querer.
[Na era digital, também da fotografia, Ampliações são as minhas revelações de algumas sugestivas imagens de SONJA VALENTINA; são ampliações escritas, obviamente pessoais, dos pormenores com vida registados pela fotógrafa]
7 comentários:
ah... que saudades desta parceria sempre tão bem sucedida :)
Beeeemmmm. Eu já tinha saudades de andar por aqui. Mas que pulinho delicioso. Roubar ao sono por um poema tão belo fez valer a pena.
Até breve Sr. fugido.
Talvez no entardecer de ambos, ali junto à linha do horizonte, a palavra e a imagem se juntem e se tornem num livro aberto.
Gosto muito do termo ampliações e dessa revelação feita nos haletos do alfabeto. Gosto das interpretações e das observações que as fotografias geram, tão particulares e intensas.
Este deveria ser, senpre o destino de algumas fotografias: a poesia.
Abraço,
Zaclis
Preciso urgentemente de Oquestrada.... em overdose!
Em perfeita harmonia... e eu, rendida como sempre.
Bj
é a primeira vez que visito este blog, e confesso que gostei muito:)
Parabéns....
Enviar um comentário