sexta-feira, 25 de setembro de 2009

HÁ DIAS...

Foto de Vernon Trent

Há dias em que a pele pede
um toque diferente,
o olhar reflexo
e a língua não se segura na boca.
Há dias em que a melodia
não se ouve sozinha,
as mãos se sentem perdidas
e o nome sem dono.
Há dias em que o coração
tenta bater mais veloz,
o amanhã não se conjuga
e sucumbem quereres no deserto.
Há dias em que o corpo
se sente descoberto,
precisa vestir-se em abraços
render-se na fusão dos sentidos.
Há dias em que os dias
rogam pelas horas de outros dias,
as que não me pertencem
e que não tenho como manobrar.


6 comentários:

Sonia Schmorantz disse...

Este poema com certeza me encantou, há dias exatamente assim...
Um abraço, bom final de semana

sonja valentina disse...

é... há dias assim!

Gi disse...

Há dias em que nos desnudamos para nos vestirmos de outros dias.

Unknown disse...

Há dias doces, há dias amargos,há dias que se sobrepõem as noites e parecem não ter fim e há aqueles que queremos que nunca acabem. Tudo passa pelo nosso estado de espírito, mas senti-los é a nossa grande victória...

elsafer disse...

há dias que temos a sorte de sentir estas palavras
;)

Zaclis Veiga disse...

há dias que as palavras pousam no fundo da alma e, então, já não há nada a desnudar