domingo, 27 de setembro de 2009

CORDAS DE [IN]SEGURANÇA

Foto de Valimar


Seguro-te
neste cintel de palavras,
onde cubro coragens
com tecidos de inquietação;
Amarro-te
nesta relinga de intenções,
abertas a ventos de instintos
soprados pela nudez do olhar;
Sustenho-te
neste tributo de segredos
despidos pela mão vagabunda
num contrabando de emoções;
Suspendo-te
sobre este mar de silêncios,
suspiros escumados pela razão,
gritos emudecidos pela descrença;
Aprisiono-te
nesta cela sem paredes,
ecos de memórias desenhadas
na comunhão de vozes furtivas.
Prendo-te
neste cabo sem corpo
que me impede de te alcançar
porque as palavras se esfumam
na intemporalidade dum desejo
consumado para te abraçar.


6 comentários:

Zaclis Veiga disse...

Serão os sonhos assim?

AnaMar (pseudónimo) disse...

Prendo(me) (n)as palvras (que) soltas, num fascínio de quem voa sem ter medo de cair.

elsafer disse...

laços de vida ...

Tia [Zen] disse...

São frágeis as cordas... Como tudo na vida!
Um abraço... resistente.

Unknown disse...

Cordas de insegurança, motivadas por receios de olhares cruzados e envolvidos em fragâncias...

Vera de Vilhena disse...

hmm, gostei. De bombordo, a estibordo.