
Foto © Sonja Valentina
…
como o sol que se levanta
por detrás do horizonte do mar,
como o tacto que se move
sob o tecido da pele,
como a areia que emerge
por debaixo da espuma das ondas,
como o corpo que acorda
ocultamente na carícia das mãos,
como o albatroz planando
sobre o reino dos céus no domínio do mar,
como o beijo que se furta
na demora dos lábios ávidos de o receber,
como a voz que ecoa
no vale cravado entre as escarpas da montanha,
como o frio que se destapa
dos corpos submersos no algodão da madrugada,
como a medusa que cede
na fraqueza do regresso às águas salgadas,
como as pálpebras que se cerram
no mergulho de deleite no oceano dum olhar,
… serenamente
como o tempo que se escoa
por entre os dedos de dois amantes
espraiados no areal da manhã,
no retorno duma onda
que refreia o ímpeto do mar.
[Na era digital, também da fotografia, Ampliações são as minhas revelações de algumas sugestivas imagens de SONJA VALENTINA; são ampliações escritas, obviamente pessoais, dos pormenores com vida registados pela fotógrafa]
2 comentários:
-Como o tempo que se esfuma por entre os dedos, e a Alma escurece perante a noite e o acordar da madrugada solitária...
e mais um belo dueto :)
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