quarta-feira, 12 de agosto de 2009

PUSTIJERNA

Foto da minha Canon

Caracterizam-na como uma zona de construções degradadas. Por detrás da catedral, a pouquíssimos metros das praças e ruas pejadas de esplanadas e turistas, entro no bairro de Pustijerna. Uma zona habitacional, bem pegada com a muralha e sem movimentação turística.

Caminho seguindo o que me parece a via principal única. Dela saem inúmeras vielas, escadas. À frente nasce um pátio, depois um beco. São poucos os visitantes por aqui. Junto às escadas - pintadas pelo verde das plantas e flores que ali vivem - que dão acesso a uma casa do bairro, uma reunião de gatos anuncia que dentro em pouco alguém sairá com comida. Um pouco à frente três degraus levam-me a uma porta em arco. Subo-os, passo-a e chego a um pátio. Duas mulheres sentadas num banco de pedra conversam em croata que não entendo. Num outro canto três rapazes vivem numa troca de palavras, também imperceptível, mas bem acesa. As casas têm as janelas abertas. É possível observar o quotidiano destas gentes.

Algures numa parede, um cartaz anuncia ‘Cold drinks. Nice view’. Sigo a indicação. Entro por uma porta com pouco mais do que a minha largura. Saio das muralhas. Deparo-me com uma esplanada, aproveitando os diversos níveis da encosta, virada para o Adriático e a ilha de Lokrum.

Deixo o olhar deslumbrar-se com mais esta revelação. Volto à porta e às ruas estreitas de Pustijerna. Desço uma longa escada. Num outro pátio, um homem pendura roupa, acabada de lavar, num estendal. Imagino o que a vida mudou. Nestas ruas, segundo referem as brochuras turísticas, o sismo de 1667 não fez grandes malefícios. Quer dizer que estas ruas já eram assim no século XVII. Por muito que queira não sei como seria a vida nessa altura, nestas ruas. Seguramente bem diferente. Em dois minutos chego ao fim das escadas, mais uma rua e estou de novo, no glamour de Dubrovnik.

3 comentários:

Tia [Zen] disse...

Magnífica visita guiada.

Até breve!

AnaMar (pseudónimo) disse...

Quem me dera estar numa viagem dessas...

Continue e deliciar-nos com essas crónicas que me fazem viajar...
Bj

Unknown disse...

Como sempre, tão real...
Dora