segunda-feira, 31 de agosto de 2009

CONFISSÕES EM JEITO DE AREIA NO MAR

Foto de Eric Frey


Como a areia que deambula pela água em busca do poiso, existe em mim uma ansiedade que alimenta as palavras, que domo no corpo e me sinto incapaz de serenar na alma. Essa inquietação que os pequenos grãos transportam enquanto a corrente e a ondulação não os deixa tomar o seu lugar, escreve-me linhas como estas, tranquilizantes da não imersão no silêncio, desenha-me saudades na pele que a razão me convence irem ser saciadas num amanhã e só a alma sofre com a inexistência de oxigenação. A indefinição que esse todo, desagregado pela altivez do mar, sofre, escreve-me emoções no papel, desconforto no corpo e abre-me um túnel escuro na alma. E quando a areia tomar o seu lugar, concedendo transparência à agua, talvez as minhas palavras tomem a tranquilidade dos ciclos das marés, talvez a pele busque o fresco das águas após um repouso no areal, talvez a alma se entregue ao céu, para receber carícias das estrelas. Provavelmente serei como os grãos de areia à espera de se afundarem no mar. Diz-me tu em qual irás desaguar…

3 comentários:

Anónimo disse...

Tens a água e só falas ds areias. Bem, alguém tem que falar das areias, que de água já falo eu!

Agora a sério: brincas com as palavras. Não deixes de as escrever. Se elas se inquietam dento de ti, deixa que as coloque dentro de mim, para rir, chorar, pensar ou simplesmente dizer bah.

Tia [Zen] disse...

Deixa que a vida determine esse curso...
Um beijo

Memória de Elefante disse...

AQUI,EATAMENTE AQUI...