terça-feira, 17 de março de 2009

CONVERSA COM C GRANDE


Quando dois Homens Grandes se juntam, arriscamo-nos a ler palavras como estas:

“A voz é grave e pausada, sem nunca se elevar, num tom que faz silêncio à sua volta. Tom de quem é escutado com atenção e sabe que o escutam atentamente. O sol da manhã, com uma intensidade primaveril, em pleno Inverno, inunda a sala do apartamento à Lapa. Em sua própria casa pede-me autorização para fumar. Um gentleman nos vários sentidos da palavra.
…”

Um deles sempre me impressionou pela sua serenidade, pela sua certeza sem que tenha necessidade de a afirmar, pelo saber ouvir. Foi político e nunca me lembro de o ter ouvido subir o tom. Com ele aprendi ser possível admirar sem ter que concordar. É um homem grande em estatura, mas acima de tudo em convicções. E isto fá-lo, para mim, um Homem Grande. O outro é um excelente perguntador, diria eu o melhor perguntador português! Ele escreve quando pergunta. Mesmo quando o faz sem ser pela via escrita. Ele parece, sempre, saber mais do que o entrevistado e cria a ilusão de conseguir, sem que o pretenda, estar seguro da resposta antes de perguntar. Para alguns também poderá ser um homem g…, para mim é um Homem Grande.

E quando dois Homens Grandes se juntam… só poderá existir uma Conversa com C, bem grande!

 

[entrevista de Carlos Vaz Marques a António Barreto, na edição deste Março da Revista LER]

2 comentários:

Milouska disse...

António Barreto é dos poucos homens que, tendo sido político, continuo a admirar e a respeitar.

Marta disse...

Antóio Barreto é um SENHOR!
É o Mestre. Portador de "lentes" únicas sob a sociedade!O "meu guru" das ciências sociais.
També gostei de ler esta entrevista.