domingo, 15 de março de 2009

OBRIGADO DR. PEREIRA LEAL!


Eu fui uma das quase dez centenas de pessoas que teve a honra e o privilégio de lá estar hoje. Estive entre muitas das figuras da cultura nacionais e internacionais que quiseram dizer ‘Presente’ neste dia. Quantos terão feito milhares de quilómetros para estar consigo, hoje, na despedida formal após mais de três décadas de dedicação?

Permito-me transcrever um excerto das palavras que lhe são dedicadas no programa do concerto, pelo dignitário máximo da instituição: “A história das instituições é frequentemente partilhada com a biografia de algumas pessoas que souberam libertar-se dos constrangimentos das circunstâncias, compreendendo de forma visionária a exigente responsabilidade da concretização de um projecto cuja dimensão e importância ultrapassa o mero contexto ou as limitações próprias do tempo em que surge.”

Foi admirável ver quatro maestros como Cláudio Scimone, Michel Corboz, Lawrence Foster e Joana Carneiro, dirigirem as mais de oito dezenas de membros da orquestra e do coro. Se considerarmos que, ainda, nos foi oferecida a possibilidade de ouvir a diva Barbara Hendricks e a divinal Ana Quintans [que beleza para a audição e para a vista a sua serenidade!], a noite foi irrefutavelmente magnífica. Permita-me, ainda, destacar a ‘estreia absoluta’, sob a direcção da maestrina Joana Carneiro, do sexteto constituído pelo António, pelo Miguel, pelo Zé, pelo Zé Manel, pela Isabel e pela pessoa que o substituirá: Risto Nieminen; Inigualável! E para culminar o concerto/homenagem que outra peça poderia ser melhor escolhida? O Adagietto da Sinfonia Nº 5 de Gustav Mahler, liquesce o coração mais gélido, provam-no as manifestações emocionais que alguns dos presentes não conseguiram evitar.

Lamento a ausência, tanto quanto me foi dado perceber, do representante governamental da Cultura e a ‘impossibilidade’ do representante máximo da Nação que delegou a imposição das Insígnias de Grã-Cruz Ordem do Infante D. Henrique. Como tive oportunidade de lho dizer pessoalmente, acho que lhe ‘fica muito bem’ por ser inteiramente merecida!

Hoje, senti-me um privilegiado pela oportunidade que tive de trabalhar consigo. Congratulo-me pelo respeito que sempre me concedeu, ao longo dessas duas décadas e meia, em qualquer das circunstâncias que assumi. Lembro, com igual respeito e muita ternura, os seus momentos de humor, um elogio indirecto que de si ouvi – e que aqui não cabe explicitar – mas, sobretudo, as conversas mais longas que tivemos nos últimos dias de colaboração e nas visitas que lhe fiz posteriormente, e a confiança que fez questão de sempre me demonstrar.

Porque não encontro outra forma de o expressar, hoje, limito-me a dizer: Obrigado Dr. Pereira Leal!

Sem comentários: