Foto © Anisja
- Olá!
- O…lá… Não acredito… que surpresa!...
- Quis saber como estás…
- Não acredito… mas… como soubeste?... como descobriste?...
- Quando se quer…
- É verdade. Quando se quer…
- Não me convidas para entrar?
- Claro! Desculpa… ainda estou nas nuvens…
- Pois… eu sou real.
- Claro! Claro! Não esperava… é realmente uma surpresa… por favor senta-te…
- Que tens feito?
- Há tanto tempo…
- Nem sabes quanto…
- Acredita que sei! Não duvides que sei!
- Primeiro foi difícil… foi terrível… depois… a saudade foi tomando o lugar da dor e a pouco e pouco o perfume da memória foi tomando conta da saudade…
- …
- …e viagens? Tens feito?
- … algumas. A última…
- Foi aquela que tanto desejavas?
- Não!... essa ainda não fiz…
- Mas não era dessas viagens de que falava… era das outras… das que fizemos…
- … sim!... algumas… mas nunca mais como as que fizemos juntos…
- … ainda lhes sinto o sabor… a força… a intensidade…
- Também… também…
- Lembras-te?...
- Se me lembro?... Como esquecer?...
- … e as pontes…
- As pontes?...
- … as pontes ficaram a ligar duas margens imaginárias que na realidade eram distantes, mas impossíveis de não ficarem ligadas por essas pontes… que as nossas viagens foram revelando… e construindo…
- …
- …
1 comentário:
Passos,
Viagens do ser e do sentir, também elas tecendo saudade e pontes.
Esta canção tradicional cabo verdiana sublinha o poema de forma magistral.
Um beijo,
Milouska
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