Foto © j. u. d. e.
Meu amor, dá-me a tua mão e senta-te aqui, comigo, em frente ao mapa. Vamos decidir qual o caminho a seguir, quais as descobertas a conseguir. Vês? Aqui? Neste rio descobrirei a cor do teu olhar. Ali, naquela montanha, descobrirei a temperatura da tua pele. Mais além, naquele vale, os contornos da tua cintura. Naquele lago, o sabor das tuas lágrimas. Naquele desfiladeiro, a força do teu abraço. Isso! Encosta-te a mim… vês aquela estrada ali? Se a percorreremos descobriremos o futuro. E naquela seara, os valores do passado. Neste livro descobrirás as minhas palavras e nestas cartas os meus desejos. Sinto-me tão leve contigo no meu colo… com estas mãos descobrirás as minhas carícias e nos teus lábios descobrirás os meus beijos. Nos teus cabelos descobrirei as tuas vaidades e nos teus gritos o teu ódio. Nas tuas unhas descobrirei a tua raiva e na minha língua descobrirás a minha doçura. Sim, meu amor, abraça-me e deixa-me descobrir o teu corpo. E no tempo descobriremos a distância. E na ausência descobriremos a saudade. E na mentira a traição. E na demora a dor. E no regresso a partida. E no silêncio a indiferença. E quando descobrirmos que nada mais há para descobrir… descobriremos que já não há amor. Sim, meu amor, não te chegues a mim!
1 comentário:
e quando tempo suficiente passar, as saudades tornar-se-ão "doces"; o ódio deixará de fazer sentido; a raiva acalmar-se-á; a mentira, a traição, a indiferença parecerão vãs... e no fim, apenas as coisas restarão!
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