segunda-feira, 2 de março de 2009

NOITE BRANCA

Foto © Michael G. Magin

Não sei de que cor te vesti quando te despi as palavras. A temperatura gélida da tua pele queimou-me o olhar. A intensidade da tua certeza encadeou-me… refugiei-me na solidão da dúvida. Entrelacei meus dedos nos teus cabelos, caídos na minha mão, separados da raiz, arrancados à terra, ramos de seiva correndo fora das veias. Um arrepio derreteu nas minhas costas. A tentação inundou-me os dedos quando a tua boca mordeu o meu olhar. O teu sorriso percorreu o meu sangue. Senti-me gelar. E o desejo petrificado derramou-se sobre o lençol branco incólume à passagem de mais uma noite.


1 comentário:

Milouska disse...

A ausência, sempre a ausência. O tempo que passa e nos consome...
Bjo,

Milouska