quinta-feira, 19 de março de 2009

NA PELE DA MEMÓRIA



Guardo na pele da minha memória
o perfume das palavras que me disseste.
Carícias em que não nos tocámos
mas que senti.
O eco delas enleva-me num místico rio
de que não quero conhecer a foz.
Desejo apenas bebê-las
saborear-lhes cada lágrima, cada sorriso,
cada hesitação, cada certeza.
Ambiciono apenas tê-las
como minhas, como meu indumento,
o meu sangue, o meu desejo.
Cobiço apenas a sua transparência,
a sua verdade, o seu impulso.
Quero guardá-las no cofre onde nada se perde
e mesmo que diluído no tempo
se eterniza no perfume da memória.

* a foto utilizada é a cores, conforme poderá ser vista aqui

1 comentário:

Marta disse...

este voo já não é "picado"!


[é um voo raso sobre palavras...
que me rasaram o olhar]