sábado, 14 de março de 2009

CANTEIRO DE PALAVRAS

Foto © Velislava


No meu jardim tenho um canteiro de palavras. Com a rotina dos dias murcham e acinzentam-se. Quase passam despercebidas a elas próprias, a mim e a quem passa por elas. Secam, carentes de rega, por nada terem para dizer, pela indiferença sentida. Outras vezes vestem-se de ansiedade, arrancam-se da raiz, lutam por espaço, libertam-se e expelem-se. Outras vezes, ainda, ruborizam-se de tonalidades quentes, envaidecem-se, gostam de si próprias e perfumam-se com adjectivos que outros apelidam de sensibilidade, de beleza… eu, por mim, limito-me a dizer que, no meu jardim, tenho um canteiro de palavras que colho para escrever.

1 comentário:

mariab disse...

cuida-o bem. rega as tuas palavras para que floresçam. sempre. beijos