sexta-feira, 31 de julho de 2009

A ÁGUA DAS MÃOS

Foto de Angela Vicedomini


Pelo teu corpo
escorrem minhas mãos
na inquietude do afago,
ora rio desesperado
em busca da foz,
ora lago adormecido
na placidez do seu sulco,
remexem em carícias
o prazer sem margens,
oferecem o deleite
da procura sem corrente,
e o teu corpo
arrepia-se no calor da corrida,
guarda o silêncio do desfrute
de sentir no seu leito
o escorrer das minhas mãos

4 comentários:

Anónimo disse...

Que bonito. Um bolero feito palavra.

Tia [Zen] disse...

Senti o teu poema...

Unknown disse...

outra overdose....
mas eu revia a pontuação ou então partia em estrofes para salientar o ritmo.
sinto falta de respiração do sexto para o sétimo verso (ou frase partida, como preferires:))
Nada do que disse compromete o resultado final.
Obrigada por existires e por nos colorires a existência desta forma.
Gab.

Parapeito disse...

E esse rio chegou ao mar?
Muito bonito ****
Dias cheios de brisas mansas*