segunda-feira, 20 de julho de 2009

O BULHÃO

Foto do meu Nokia


Nas cidades com rio, as ‘Baixas’ moram obviamente por perto. Centro de toda a vida citadina, foram envelhecendo conforme a metrópole se espraia para outros territórios. Enquanto tal acontece, os edifícios degradam-se, os serviços que permanecem empobrecem e a população, que não se move, envelhece. Nos tempos mais recentes, alguns municípios portugueses têm procurado o propósito de trazer até às ‘Baixas’ uma população jovem. Creio, contudo, que as baixas continuam a ser uma área onde predominantemente acorrem os turistas, onde os munícipes passeiam para ver montras, e onde se demoram gentes cada vez mais pobres e que sentem a vida a roubar-lhes autonomia.

Foi com este espírito que voltei a entrar no Bulhão. A questionar-me como pode um espaço tão característico duma cidade, manter-se vivo se… precisa de modernizar-se e acompanhar as novas ofertas que se inventam. Como conseguirá concorrer com outros espaços criados para satisfazer o ‘hoje’? Como pode atrair as novas gerações da cidade? Os turistas, esses sim, continuam a vir visitá-lo. Mas não é das visitas que ele vive. Talvez por isso alguns mercados históricos europeus, tenham sido transformados em espaços de mostras.

“Quer alguma coisinha fresca, freguês?”
A esta pergunta lançada pelos vendedores do Bulhão, apeteceu-me responder:
- Sim quero! Uma ideia ‘fresca’ para preservar espaços como o do Bulhão, enquanto centro privilegiado do mercado tradicional dos municípios.

6 comentários:

Alexandra disse...

Infelizmente, ideias 'frescas' não abundam neste país, principalmente no que concerne à preservação! Fiquei a saber há pouco tempo que já não existe o mercado das flores! Realizava-se no Mercado da Ribeira em Lisboa mas...

Um dos lugares mais bonitos que costumava visitar. Era alegre, cheio de cor e aroma. Nele, circulavam turistas e não só. Mas acima de tudo, primava por ter um som tradicional, onde os termos freguês/freguesa soavam como cânticos.

Alguém teve a ideia 'quente' de desfazer o que de tão belo e característico existiu até há poucos anos.

Gi disse...

Há coisas que não sobrevivem ao progresso e à ânsia de dinheiro.

Se servissem umas amêijoas à Bulhão Pato eu ia já.;)

Tia [Zen] disse...

O Bulhão... uma festa de cores no meio do cinza da cidade...

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

o Bulhão um ex-libris da Invicta.

beij

Marta disse...

QUE BELO POEMA! até fiquei emocionada, confesso!
o meu Bolhão, aqui, no seu blog!
mas que bela surpresa :)

é lindo, não é ;) ?

elsafer disse...

vai ter ... há um novo projecto de vivências, há quem fale com um blog do local:

http://manifestobolhao.blogspot.com/

e quem discorde, que é óptimo , com um site :

http://mercadodobolhao.com/

o importante é fazer algo
;)