sexta-feira, 24 de julho de 2009

ARDINA

foto do meu Nokia

Ao voltar a passar uma vez mais pela figura do ardina, num dos extremos da Praça da Liberdade, no Porto, lembrei-me de perguntar à minha filha o que é um ardina. Obtive a resposta esperada: ‘Não sei!’

O tempo, a ‘evolução’, o desenvolvimento encarrega-se destas substituições que vão apagando, da história, da vivência contemporânea, realidades que se tornam vividas apenas para alguns.

Ao constatar que o termo ‘ardina’ já nada diz às novas gerações, e perco a noção até qual delas, questiono-me de que termos serei eu próprio desconhecedor porque antes de mim a ‘evolução’ já os tinha apagado.

A virtualidade da internet extermina a realidade em papel. Os jornais lêem-se no monitor em detrimento dos exemplares, antes, vendidos pelos ardinas.

Congratulo-me por existir, por exemplo na Baixa do Porto, uma figura que permita aos pais, avós, tias, tios ou demais educadores, passar por ali com uma criança e explicar-lhe que um ardina era o homem que vendia jornais pelas ruas. É aquela figura que o homenageia. Aquela figura ali perto dum marco de correio e a lembrar que no tempo dos ardinas não existiam e-mails, sms, blogs, twitter, vídeo-confereência… escreviam-se cartas que se depositavam naqueles cilindros vermelhos.

2 comentários:

Marta disse...

um lugar que me diz tanto.
tanto!

Gi disse...

Em Lisboa também tens uma estátua de ardina no Miradouro de S. Pedro de Alcântara, à frente da Estátua do fundador do Diário de Notícias. Já a viste?