segunda-feira, 2 de novembro de 2009

NUM DIA DE CÉU CINZENTO

Foto de Paolo Giudici


Plano neste céu aberto
onde me in.compreendo,
embalo-me em voos
presos ao regresso,
toldam-se pensamentos
na intermitência da certeza,
coagula-se a decisão
no alvorecer da dúvida,
removem-se sorrisos
sob a sombra da inquietude,
apartam-se corpos
no destilar dum abraço,
refugia-se a boca
na renúncia da declaração,
rege-se a saudade
na metamorfose da distância.

E o que resta?
Onde permaneço?

…nesta vontade de adivinhar o amanhã
com a certeza do agora,
um vazio para governar
na ansiedade de ser soberano
fixando a felicidade com estacas
em terreno fértil de carícias
onde o amor se reinicia
na margem de cada despedida.


4 comentários:

continuando assim... disse...

na bruma... não encontramos nada :(

gostei

bj
teresa

AnaMar (pseudónimo) disse...

Despedidas ensaiadas para não termos que nos despedir.
Na vontade de permanecer e declarar a voz no grito distante.
Vazio preenchido pelos poemas que transformas em poesia.
Sempre que o amor se reinicia.

Bj

Milhita disse...

Não é fascinante este mundo em que o tempo se nos desprende e eleva? Em que a razão não tem espaço e um anseio é talvez, o merecimento por não acatarmos, os divinos designios do tempo?
Um abraço
Gostei muito deste texto

Anónimo disse...

:)