domingo, 19 de abril de 2009

DIASPORA.PT

“Sons, imaginação, viagem. Três operadores do universo criativo da diáspora portuguesa que deram origem a um vasto reportório – em grande parte ainda desconhecido.
(…) No séc. XV Portugal encetou um empreendimento de insuspeitas consequências no domínio das práticas performativas em muitas culturas do planeta. Em Portugal, para começar: as novidades trazidas pelos navegadores, pelos gentios de outras paragens, pelos migrantes que em Lisboa se estabeleceram, não tardaram em se manifestar musicalmente e originar formas e géneros musicais mesclados.
(…)
Afinal, a música não é senão um produto de contactos, muitos, resultantes de um ímpeto muito próprio da humanidade: o da viagem. Quiseram os caprichos da história e os devaneios de muitos dos seus actores, que a viagem se tornasse na grande quimera portuguesa. A música que ouvimos neste disco representa um pouco da fantasia dos seus viajantes.” 

Estes são excertos das palavras de João Soeiro de Carvalho que introduzem o CD Diaspora.pt dos Sete Lágrimas.
 

Razões ocasionais, que não vêm ao caso aqui expor, levaram-me a que numa tarde de há duas semanas atrás me cruzasse com três ou quatro canções deste disco. O impacto foi tão forte que menos de duas horas depois já tinha um exemplar meu. 

Diáspora.pt é uma viagem através de composições tradicionais de terras por onde os portugueses passaram, recolheram e deixaram marcas. Viagens musicais que se estendem entre os séculos XVI e XIX, mas que revelam uma actualidade incontestável. 

É infinito o universo de sugestões que estas canções provocam, contudo, permito-me eleger duas delas, que os mais assíduos visitantes deste espaço já terão ouvido: Mai fali é, uma composição tradicional de Timor e A força de cretcheu, uma morna cabo-verdiana de Eugénio Tavares. Ambas foram razão de textos que aqui publiquei. Uma melodia e Calendário foram escritos a partir de emoções que as duas canções antes referidas me despertaram. Sentires alimentados pelas memórias, no caso de Cabo Verde, e pela imaginação do que o povo daquele país terá vivido, no caso de Timor, território que não conheço. 

Volto, hoje, a deixá-las por aqui… para meu prazer que, eventualmente, será partilhado pelos que se sintam também tocados por estas lágrimas musicais. 

Para mais informação sobre os Sete Lágrimas e este seu disco, poderão ser recolhidas aqui ou aqui.

 

Obrigado Rui pela revelação!

2 comentários:

Alexandra disse...

Muito interessante!!

Obrigado pela partilha e indicações.

Gisela Rosa disse...

As melodias são excelentes. Obrigada! E parabéns pela sensibilidade! Um abraço