Como podemos evitar interferir no caminho daqueles com quem nos cruzamos? De que modo poderemos evitar que nos marquem os passos de outro alguém, com quem, um dia nos cruzámos? Que direito teremos de tornar esse cruzamento em estilhaços de memórias que perdurarão ao longo do tempo? Que poder terá esse alguém de interferir no nosso percurso apenas porque um dia os nossos caminhos se entrelaçaram? Que força tem o instinto para ser sombra, no futuro, dum passado não provocado, originado pela casualidade? Que força, que poder, que direito nos são concedidos para nos mantermos presentes, mesmo que simplesmente como fantasmas, no futuro do outro em quem, um dia reparámos? Que força, que poder, que direito pode ter alguém em interpor-se como sombra dos nossos passos presentes e futuros, apenas porque, no passado, algo houve de nosso que sentiu como seu?
domingo, 5 de abril de 2009
QUESTÕES
Foto de Kregon
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4 comentários:
Realmente, é uma questão deveras interessante. No entanto, a meu ver é desses estilhaços que somos feitos. Não apenas, também há enormes construções nesses cruzamentos de vidas. *
Questões pertinentes, sem dúvida! Mas o que é certo é que se esse alguém interfere é porque provocou uma reacção, seja ela positiva ou negativa. Sendo que essa reacção pode ser uni ou bilateral.
"Que direito teremos de tornar esse cruzamento em estilhaços de memórias que perdurarão ao longo do tempo?"
Que direito? Por vezes não escolhemos, simplesmente acontece... e no fundo, vamo-nos construindo sobre esses estilhaços.
Na essência, somos feitos de pedaçinhos de memórias que nos informam dos caminhos já percorridos e indicam os que devemos/podemos percorrer...
... não podemos e e verdade é que também não queremos...
para o bem e para o mal da mesma forma que marcaram os nossos passos , um dia também nós marcámos os passos de alguém, e com isso crescemos, renovamo-nos e aprendemos, inevitavelmente. faz parte da viagem!
Que direitos? É uma boa questão!...
Todos nós marcamos e somos marcados por alguém ou alguma coisa. Na verdade, a opção não é nossa.
Impõe-se-nos. E acho que mal daquele a quem nada toca, pois mais parecerá um deserto de emoções...
Um beijo,
Milouska
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