segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

INVERNO [EM MIM]

Foto © Michal Karcz

A tristeza escreve-se no meu peito
Desenhada em palavras sulcadas de dúvida

... surgem nuvens no céu...


Na minha pele sinto o gume
Da certeza não desejada
O frio congelante da ansiedade

... adensam-se as nuvens no céu...


A dor estilhaça-me o coração
Que teima em não sangrar

... o cinza cobre a mais ínfima área de azul...


Solto lágrimas numa escala em bemol
Sobre as teclas brancas dum piano esquecido

... o cinzento escurece...


Do silêncio brotam vozes mudas
Entoando uma canção de lamento

... o azul vestiu-se de breu
... e não cai uma gota de chuva.

3 comentários:

mariab disse...

um crescendo de angústia nesse poema. de acordo com a natureza. sem o alívio da chuva.
beijos

Milouska disse...

Eu diria: sem o alívio das lágrimas...

PAS[Ç]SOS disse...

... porque a chuva e as lágrimas poderão ser o alívio e o sinal de que 'depois da tempestade virá a bonança'... mas, entretanto, o céu está 'carregado'.