terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

CARTA PARA NINGUÉM

Foto © Ewa Brzozowska


Meu amor,

Não te iludas com as palavras que eu escrevo, porque são verdadeiras.

Não te inebries com a frequência das minhas palavras, porque é necessária.

As palavras, meu amor, não são eternas, como o não são os sentimentos. Mas a verdade, a verdade eterniza-se e a verdade com que escrevo as palavras, meu amor, é imortal.

E se eu deixar de escrever palavras, meu amor, não me o digas, não me o lembres, não me perguntes o porquê, não me acuses. Leva as palavras que eu já escrevi e foge, voa para longe.

… para que eu tenha de correr atrás de ti… com outras palavras verdadeiras.

É tão bom ter palavras que foram escritas para nós… só...


2 comentários:

Milouska disse...

Passos,

É uma bela carta de amor.
Mas não será a "verdade" algo também de subjectivo?
Um beijo,

Milouska

Marta disse...

:)
lindo.