terça-feira, 19 de janeiro de 2010

UM ANO DEPOIS




Há um ano atrás escrevi e publiquei Maturidade. Assim nascia o blog Paços d'Água. Lamentos impossíveis de conter, derramados na procura de serenidade. Palavras que mais não pretendiam do que expressar um doer, um pensar, um sentir. Passos que se foram sucedendo com a luminosidade dos dias.


Tive, então, a oportunidade de perceber que a blogosfera é também um universo de inúmeros baús de valor incalculável. Cruzei-me com os mais diversos gostos, nas mais vastas áreas do conhecimento. Aprendi muito, mas sobretudo tive o privilégio de me cruzar com espaços de seres que acredito serem singulares.


Sem que desse por isso e percepcionado como, as minhas palavras começaram a ser lidas por número crescente de bloggers. Foram crescendo os olhares sobre a minha escrita e as apreciações incentivaram-me a continuar a escrever. De gritos íntimos, o blog Paços d’Água passou a representar o desafio de tentar redigir sempre e melhor, exclusivamente pelo prazer de o fazer.


Ao concluir um ano de vida, assumo ter falhado o principal objectivo a que me propusera. O de publicar todos os dias do ano! Não o consegui cumprir. Indiscutivelmente, o mais grato prazer retirado deste período de vida de Paços d’Água é o saber ter sido lido e apreciado por muitos que estão bem acima da minha qualidade de escrita. É um regozijo. Foi motivo para que tantas vezes continuasse em momentos menos inspirados.


Ainda que correndo o risco de parcialidade quero deixar especiais agradecimentos à Alexandra com quem comunguei infinitos sentires menos luminosos; à Alice, uma senhora para quem as palavras não têm segredo; à Ana; à AnaMar em cuja escrita encontrei pedaços da minha e a quem devo um desafio ainda não cumprido; à C respeitável incentivadora das minhas palavras tantas vezes sublimando o real valor que lhes atribuo; à Carla outro dos casos a cuja arte me curvo; à Charlotte; à elsafer cujas passagens são sempre uma brisa refrescante; à Gi seguramente a mais cáustica das que me leram, quantas gargalhadas despertadas, quantas contra-argumentações pensadas...; à Gisela mais uma sublime artífice da palavra que tanto me incentivou de modo tão singular; à Helena Branco poeta cujas apreciações às minhas palavras são sempre rega de fertilidade; à Jardins de Laura; ao J. Ribeiro Marto um cordial pastor de palavras que se bebem numa constante Primavera; à Laura; à Luísa; à Luz; à Malina portadora de inquietudes em que me revi e onde encontrei sugestões que se tornaram emblemáticas; à mariab exímia artista da escrita que tantos elogios me deixou no começo; à Maria Clarinda quanta ternura por aqui deixou nos seus comentários; à Marta… tanto, tudo, íssimo... por dizer, para dizer… sempre…; à Milhita portadora de palavras irmãs que me fascinam pela facilidade com que escorrem; à Milouska que foi a primeira a comentar as minhas palavras e incondicional seguidora dos primeiros meses de vida deste blog; ao ParadoXos hábil trabalhador da palavra que também por aqui deixou a sua apreciação; à Parapeito um fresco olhar sempre bem-vindo da sua janela; à Patti autora de textos cuja sensibilidade guardo como inigualáveis; à Piedade que me concedeu o privilégio de escrever a duas mãos com as suas palavras ímpares;  à Sonja, incondicional parceira de tantas boas memórias deste espaço; fiel seguidora dos meus passos abraçámos compromissos que se estendem para além dos Paços d’Água; à Sonia Schmorantz uma presença sempre agradável do outro lado do Atlântico; à so_she_says; à Susana implacável seguidora das minhas palavras nos meses mais recentes nunca se coibindo de cobrar o que sentiu devido; à Teresa Queiroz continuamente assim em constantes espreitadelas; à Tia Cunhada que expressou tantas vezes o facto de se ter revisto na minha escrita e, continuamente, tem insistido para que publique o que escrevo; à Vera de Vilhena mais um caso de quem faz da escrita a sua missão e me deu o prazer de tantas vezes me deixar um sentido reconhecimento pelo que escrevo; à Zaclis poetisa da imagem que, por aqui, foi deixando aromas de além-mar; e a erros que por mais grosseiros que sejam acabam por nos fazer descobrir que afinal ainda há vida.


Um obrigado muito especial a todos os que foram inspiração de textos por mim publicados. Há quem saiba ser esse ‘alguém’ para quem escrevi. Outros talvez o venham a saber daqui a algum tempo e outros, ainda, nunca o saberão.


A todos – os acima mencionados e os outros não esquecidos, aos declarados seguidores e aos que incognitamente o foram – reitero o meu mais sincero agradecimento. O Paços d’Água fecha hoje a porta. Permanecem janelas abertas que permitem sempre espreitar todos os passos por aqui dados. Fica a certeza de que outros passos nos permitirão cruzarmo-nos pelas avenidas virtuais.


Acreditem ter sido um sincero prazer partilhar inúmeros momentos convosco. Até sempre!


PAS[Ç]SOS

20 comentários:

helenabranco.poet@gmail.com disse...

Mas...o que nos diz?
VAI finalmente escrever O LIVRO? e por isso fecha a porta para que o não perturbemos?...temporariamente...
Ou decidiu tomar caminhos de contemplação dos que tomam o olhar as coisas e em cada pas[ç]so dado
nos despojam de roupajens gastas para nos prostarmos perante a nossa nudez e aí sim nos encontarmos de vez...
O que nos deixa é muito! o
suficiente para nos habitar a memória e dizer de si não cabe somente em um braçado de versos mas no todo que se recolhe para mais se glorificar!...
Tenho-o guardado em um lugar de referência onde dou pela preciosa fragrância...
ABRAÇO MAIOR

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

obrigada!

até sempre!

um beij

Charlotte disse...

Obrigada também, Pas(ç)sos, por tão belos momentos partilhados! Acredita...tens um dom. Gostei de tudo o que foi escrito aqui, só tenho pena que tenha acabado, pelo menos por agora...
Talvez ainda nos "reencontremos" algures.
Ficam os meus sinceros desejos de que tudo te corra como mais desejares!

Até sempre!

Tia [Zen] disse...

NÃÃÃÃOOOOO...

Anónimo disse...

Fechar a porta... Não vais conseguir. A vontade de voltar vai corroer-te.
Também tenho que reclamar e dizer-te que estás a cair no top dos meus comentadores!!!! :P

Parabéns por um ano brilhante.

Até sempre que quiseres!

Unknown disse...

uma despedida há já algum tempo anunciada....
uma parte de mimlamenta outra nem tanto. fechou-se um ciclo. tivémos em tempos oportunidade de falar sobre o dia em que este dia chegaria.
na verdade quem agradece sou eu, por me ter descoberto, por "me dar vida" nas palavras que por vezes as minhas imagens inspiraram, por abertamente ter aceite desafios.
acredito que muitos outros passos se seguirão.
certamente que nos encontraremos muitas mais vezes!!!!
desejo-lhe as maiores felicidades, hoje e sempre, caro companheiro de aventuras.
até breve!

Unknown disse...

até sempre!!!!

e um obrigada

beijo

e volta um dia

teresa

Milhita disse...

A homenagem é minha, por momentos em que me senti embalada, acompanhada de retorno, em palavras, reflexo da minha imagem.
Cada estrada tem um tempo, um ponto de partida potenciando os passos que nos aguardam. Conosco levamos quem nos habita. Eu agradeço, fazer parte desse patrimonio.
Até sempre, estarei certamente presente.

Zaclis Veiga disse...

Caríssimo, protesto!
Como assim? Que história é essa de fechar porta? Como farei? Já estou acostumada a passear todos os dias por aqui e te ler e ouvir teus sons – tantas vezes do lado de cá.
Sei que meu lamento é absolutamente egoísta. Mas pense bem. O que fará com as palavras que te jorram da alma, de um jeito tão lindo e singular? Onde te lerei?
Sei o que o correto seria te dizer. - Muito bem. Cada um sabe de si. Vai lá tem liberdade.
Mas há momentos nos quais não me incomodo em ser politicamente incorreta. Não gostei dessa história. Mas... então tá, né? Obrigada pelas palavras.
Grande beijo.
Saudade, já.

Alexandra disse...

Por um lado, compreendo que queira fechar a porta. Por outro, foi um choque para mim!!!

Sei que não lhe posso pedir nada...resta-me desejar-lhe as maiores felicidades.

Um abraço!!

C. disse...

Que dizer?!
Espero que o encerramento desta porta encaminhe os seus Pas[ç]sos para outros lugares onse se abra encontro com a poesia. Em verdade, não consigo imaginá-lo a deixar de escrever...:=))
Agradeço-lhe todos os versos que aqui deixou para nós,em momentos de alegria, dor, tristeza mas também de muita esperança.

Até sempre.

Malina disse...

É sempre a inquietude o que nos move para o futuro.
Obrigada pela referência e votos de que seja, o seu, um futuro de palavras "de palavra".

Abraço

Vera de Vilhena disse...

Esta notícia apanhou-me de surpresa. É preciso respeitar a sua decisão, mas...e que faço eu, que fazemos nós todos, com este hábito de vir aqui todas as semanas?! Lá terei de reler tanto que já escreveu, como quem revê um bom amigo, em doces memórias. Faça o favor de manter-se em contacto e de não "desaparecer", sobretudo, nunca, mas NUNCA deixar de escrever. Um abraço amigo e muito obrigada pela referência que fez. Votos de felicidade intensa e contínua, da sua amiga Vera

Patti disse...

A postagem diária, com o impacto emocional com que tu nos habituaste a fazer, é realmente muito difícil de cumprir.
Por vezes, estas pausas são precisas durante um período de tempo e não necessariamente definitivas. Servem para retemperar energias, meditar, aliviar do ecrã.

Bons Ares, é o que te desejo. :)

AnaMar (pseudónimo) disse...

Olá
T(r)ocámos palvras, t(r)ocámos olhares, foste uma descoberta e uma das (melhores) provas de que, na blogosfera, acontecem coisas boas :-)

Tantas vezes que te li, e me parecia estar a ler-me a mim. Tantas vezes terminámos pensamentos, um do outro.

E a vida leva-nos em direcções que não permitem por vezes, estarmos tão presentes, como gostaríamos.
O importante da direcção que tomamos , será o sentido?

Enriqueceste a minha existência e por isso te agradeço teres cruzado o meu caminho. Que bom saber o rosto que está por detrás das palavras.

Acredito que nos vamos encontrando por aí...Afinal há um desafio a cumprir :-))

E como me recuso a dizer adeus, digo
Inté jazz, é um gosto ter-te descoberto.

E o melhor de tudo, para além de poeta é SERES O POEMA DE ALGUÉM:-))

Unknown disse...

apesar de não intervir muito neste blog, fazia questão de o visitar com assiduidade e gostava muito do que lia.... fico com pena que termine por aqui... por agora...

vamos pensar que no futuro, "ele" reabra... parabéns e muitas felicidades para os novos projectos:)

Até Breve,

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

:):)

Luz disse...

Tenho andado um pouco "ausente" da blogosfera por motivos profissionais ao ponto de fazer algumas pausas ou, até questionar fazer uma pausa mais longa ainda para arrumar algumas coisas porque sou bem resolvida e, por isso, mesmo gosto de tudo no devido lugar. E, nem sempre conseguimos manter a assiduidade que gostaríamos, por isso, mesmo há que ter a noção de que é necessário fazer essa mesma pausa.
Confesso que já vinha a aperceber-me de algo, creio que já algum tempo o senti, ler o que alguém escreve não se resume apenas a ler palavras, sentires, sentidos, mas sim muito mais. Sei que sabe o que digo e, o que sinto.
Sei que todos aqueles que por aqui passaram vão sentir falta de o ler, mas se não fechar o espaço podemos sempre ir lendo, espero que o permita. Quero agradecer o facto de mencionar o meu nome, não esperava, senti-me lisonjeada, na verdade não sou nada perto de tudo o que aqui está escrito, mas com que me identifiquei desde a primeira vez. O meu obrigada e, se este fechar de ciclo for sinónimo de um novo, que seja positivo e muito feliz, no entanto, espero um regresso. Afinal ser poeta e poema de alguém como diz a Anamar, na minha modesta opinião não é para todos.
Felicidades e, que concretize todos os sonhos sem parar de escrever.
Até já, até sempre, estarei aqui!

Se me permite, um abraço de Luz

Anónimo disse...

apesar de ter encontrado este espaço já encerrado, não queria deixar de agradecer a sua referência simpática que só hoje li. votos das maiores felicidades!

Ana disse...

Obrigada pela referência.
Gostaria de voltar a ler-te! Que , em breve, nos cruzemos em outros passos!
Até lá!