quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

PONTE PARA O PRESENTE

© Eric DOLL


Ouço-te a cada sorriso
que na pele se arrepia,
Provo-te no rasto dos beijos
que a saudade lavra,
Cheiro-te em cada vácuo
demorado no virar da página,
Vejo-te no branco do lençol
onde a noite se veste de solidão,
Sinto-te em cada afago
por que o coração suspira.

Faço-te dona do tempo,
habitante dos dias.
Sangras nas minhas veias
a sofreguidão do hoje.
Bebo-te em tragos de desejo
cada albufeira de ausência.
Construo em pilares de palavras
uma ponte que atravesso
na procura dum abraço
que eternize o presente!


4 comentários:

C. disse...

Bonitas imagens da ausência, as do poema. E os abraços-pontes para reter o tempo. Bonito, sim.

Unknown disse...

sim, a memória por vezes sorri,
faz levantar voo,
criar pontes-abraços para a
eternidade...

é bonito, sim...

Anónimo disse...

Um poeta é um eterno apaixonado :)

AnaMar (pseudónimo) disse...

E aguardo-te sem saber esperar.